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História para crianças (e não só)

Um dos momentos mais divertidos do meu dia é contar histórias aos meus filhos de 2 e 4 anos, pequenos super-heróis à procura de sonhos em tempos de pandemia. Uma destas histórias que me encantou foi “ O coelho que sabia ouvir” de Cori Doerrfeld, finalista do Goodreads Choice Awards. É a história do Tito, um menino que se encontra com um coelho silencioso, que sabe “ouvir” todas as suas palavras e emoções. Com a sua presença silenciosa, o coelho acompanha o Tito na superação da perda até ao reencontro da esperança e da reparação.

Esta presença silenciosa e de escuta empática logo me fez  lembrar a presença do psicanalista: espectador, ouvinte e participante do encontro analítico. A função analisante e terapêutica do silêncio e os diferentes significados dos vários silêncios para o analista e para o analisando são para mim ainda um mistério em permanente resolução. Coincidência ou não, o “trava-portas” escondido atrás da porta de entrada do Instituto de Psicanálise do Porto é um pequeno coelho silencioso, que passa um pouco despercebido na sua missão. Para além de estar simbolicamente na porta (entrada/saída) a receber analisandos e psicanalistas é também o guardião silencioso do Instituto de histórias e segredos que “ouve” todos os dias. Enquanto aprendo e redescubro o poder do silêncio na escuta e cura analítica, deixo esta partilha de um livro de crianças sobre um “coelho psicanalista” para semear nas crianças o gosto pela leitura e nos adultos o gosto por contar histórias a crianças.

Imagem: Capa do livro “O Coelho que sabia ouvir”

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