A criança não tem à sua disposição a linguagem como o adulto, é através do brincar que ela pode por um lado, expressar as suas angústias e por outro lado, expandir a sua criatividade.
No desenvolvimento da criança o brincar precede o desenho e o discurso, mesmo se o brincar é acompanhado de vocalizações. Uma criança que não brinca está doente e pode evoluir para situações em que não consegue fazer amigos, quer ser o centro das atenções pelo desejo incessante de se sentir interessante, reage com raiva, é tirânica porque quer que todos os seus desejos sejam realizados, etc.
Diz-nos Donald Winnicott (1971): “Se a criança não pode brincar, é preciso fazer qualquer coisa para que essa criança possa começar a brincar”.
Na psicoterapia de crianças realizada por psicanalistas, brincar é equivalente à associação livre na psicanálise do adulto, assim se o analista não consegue brincar, então ele não está em condições de fazer o seu trabalho.
Brincar ocupa um lugar privilegiado na psicoterapia da criança, possibilitando à criança toda uma liberdade fantasmática. A criança que brinca manipula os acontecimentos exteriores e desenvolve as suas capacidades simbólicas. Através do brincar é possível representar as angústias e as emoções, destruir e sobreviver numa experiência de repetição que conduz à elaboração. Brincar implica a noção de prazer e de satisfação.
A brincar é tão fácil ir à lua!
Imagem: Desenho realizado por criança de 8 anos
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