NA CRISPAÇÂO DA OFICINA ...

apagam-se os “farolins operativos…” 

aproximam-se as “insolvências de si…”

Cada ser humano transporta uma “oficina interna…” que a si própria se valida e automaticamente se repara, numa fluidez metódica de referências e sintonias. 

Mas a violência dos estímulos pode bloquear-lhe a operacionalidade e proporcionar repetitivas erupções traumáticas, tornando-a incapaz de elaborar as suas próprias angústias e obliquidades.

A oficina torna-se, nessa altura, um doloroso passageiro de si. 

Como poderão reencaminhar-se as dores insuportáveis, os desequilíbrios estigmatizados, as crispações sem restauro?

Em que classe viajam, em que carruagens navegam? 

Quem as preside, quem as orienta, como se comportam nos apeadeiros da jornada, nos apeadeiros da escuta, nos apeadeiros da cultura, nos apeadeiros do horizonte, nos apeadeiros do futuro?

Como se gerem os “tumores mentais…” entretanto enovelados? 

A Criatividade e a Arte serão preciosos desembaraços para quem emite e para quem recebe. 

Em irradiações construtivas e flexibilidades expressivas dão palavra ao conflito. De forma dita ou simbólica elaboram sentimentos, recuperam comunicações, derramam “águaminha…” sobre incêndios, turbulências e necessidades. 

No “Passo da Busca e do Sonho…” limam trevas, abrem locas, tocam sinos. 

Fertilizam a caravana atascada no sofrimento.

Alheamentos de farmácia, controlos mecanizados, provimentos neuronais, racionalidades científicas, silicones enriquecidos, máscaras coloridas, tatuagens maniformes, só por momentos anestesiam. 

Sem “consciência de si…”, sem história, sem memória, nunca ninguém mobiliza oficinas entontecidas.

Na XIII Edição dos “Colóquios do Porto: Psicanálise e Cultura”, em 15 e 16 de Novembro de 2024, na Fundação Eng. António de Almeida no Porto, todos estes temas irão ser pluridisciplinarmente discutidos…

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Jaime Milheiro

 (Presidente Honorário do Colóquio)