Inaugurado em Outubro de 2017 com o nome «A Peste», este blogue partiu da equivalência feita por Freud entre Psicanálise e Peste, aquando da sua chegada a Nova Iorque, em 1909.
A revolução freudiana, assente na subversão da consciência e na concepção do humano como animal de desejo, viria a constituir-se numa hermenêutica da cultura, acompanhando o movimento da modernidade e sendo dela sua intérprete.
Inaugura-se agora — para o biénio 2024/2025 — uma nova etapa, refundando-se o título como «Manter a Peste», abrindo-a para um infinito dicionário deste século.
Assim, serão publicados, sucessivamente, textos escritos por um psicanalista da Sociedade Portuguesa de Psicanálise e por um convidado, a propósito de uma mesma palavra proposta, em tom de convite, pela equipa editorial. Além da escrita, outras linguagens, excepcionalmente, poderão ter lugar. O que aponta, paradoxalmente, para um retorno da Psicanálise à sua origem inventiva e crítica, em conexão e colisão com outros saberes e lugares.
Mas à vertigem da aceleração, impõe-se hoje a vertigem do retardamento; do predomínio da interpretação, emerge a fuga à interpretação ou a altíssima transparência do tempo.
Este blogue será poético ou não será. Pois o sol brilha, sem alternativa, sobre o nada de novo.
[A equipa editorial é constituída por: Vasco Santos, Ana Coimbra Oliveira, Paulo Azevedo e Dora Lourenço. Teremos, como fotógrafos residentes, Jorge Rolão Aguiar e João Santana Lopes. A revisão de texto é de Carina Correia.
A anterior equipa foi constituída por Rita Marta, Inês Gomes, Sofia Figueiredo e Tomás Miguez.]
Todos os textos serão publicados por convite: editar é escolher.